Ah, como é gostoso chorar!
Quando a angústia tenta acuar,
O coração se derrete em lágrimas
Rebeldes, insubordinadas, mas legítimas.
E é nessa sinceridade ardente
Que a alma sedada sente
O alívio da sua dor
Pela dor.
Não, é claro, um alívio imediato!
Aliás, na dor, sabe-se por fato
Que a alegria almejada é pequena,
Como quando a chuva cai serena.
Mas é nesse bálsamo regrado
Que a alma sente agrado,
Mais do que na explosão
Da paixão.
Não tento parar essa chuva mansa:
As lágrimas anunciam bonança!
Caiam livremente, diluindo a dor,
Abafem destas chamas o calor;
Lavem os recantos da minh’alma,
E sussurrem brandamente: Calma
© Paddy Ryan (24/07/2017)
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Saturday, 24 June 2017
Monday, 29 August 2016
Monday, 23 September 2013
Será?
Um intenso frio me envolve;
Será que a Natureza nos devolve
Toda a amargura que já recebeu?
Ou será que apenas eu
Tenho frio?
Um intenso amor me envolve;
Será que minha amada me devolve
Todo o carinho que já recebeu?
Ou será que apenas eu
Tenho amor?
(27/05/87 — escrito numa manhã gélida de Maio, de serviço no Quartel)
Será que a Natureza nos devolve
Toda a amargura que já recebeu?
Ou será que apenas eu
Tenho frio?
Um intenso amor me envolve;
Será que minha amada me devolve
Todo o carinho que já recebeu?
Ou será que apenas eu
Tenho amor?
(27/05/87 — escrito numa manhã gélida de Maio, de serviço no Quartel)
Saturday, 21 September 2013
Pensando ...
Lá no alto, além das nuvens,
Eu me sento pra pensar.
Penso em coisas já passadas,
Sepultadas
Mas amadas.
Penso em dores
E amores,
Dissabores
Ou temores.
Penso em tudo, penso em nada,
Penso em não pensar em nada.
Penso em vão
(E sem razão!),
Penso em mim
(E no meu fim!).
Penso a vida
(E esqueço a morte),
Penso a lida,
Fraca ou forte.
Penso em tudo, penso em nada,
Penso até no tudo-ou-nada.
Até que a noite, entediada,
Diz “Adeus!” e vai dormir.
Então minha alma, aliviada,
Fecha os olhos, a sorrir…
(20/03/2000)
Eu me sento pra pensar.
Penso em coisas já passadas,
Sepultadas
Mas amadas.
Penso em dores
E amores,
Dissabores
Ou temores.
Penso em tudo, penso em nada,
Penso em não pensar em nada.
Penso em vão
(E sem razão!),
Penso em mim
(E no meu fim!).
Penso a vida
(E esqueço a morte),
Penso a lida,
Fraca ou forte.
Penso em tudo, penso em nada,
Penso até no tudo-ou-nada.
Até que a noite, entediada,
Diz “Adeus!” e vai dormir.
Então minha alma, aliviada,
Fecha os olhos, a sorrir…
(20/03/2000)
Monday, 19 August 2013
Aleluia
A música "Hallelujah" se popularizou de forma impressionante. A melodia é extremamente bela e, apesar da sua simplicidade, evoca grandes emoções. Como cristão, porém, não posso apreciar a letra original de Leonard Cohen. Apesar de conter diversas referências bíblicas (Davi e Bateseba, Sansão e Dalila), o poema original não pode ser considerado bíblico, de forma alguma (colocando em dúvida, inclusive, a existência de Deus). É verdade que o poema original é ambíguo, e Cohen mesmo nunca quis explicar claramente o seu significado — mas sempre achei que Hallelujah merecia uma letra que exaltasse a Deus (pois a própria palavra quer dizer “Louve a Deus”).
O jovem cantor Jota A. apresenta uma versão em português. A sua voz é realmente muito bela, mas é uma pena que o autor da letra em português que Jota A canta (não sei quem é) usou de tanta liberdade com a métrica.
Por estas (e outras) razões, apresento abaixo uma letra em Português que pode ser cantada com a melodia original de Leonard Cohen (8.8.11.8.8.11) O primeiro verso fala de como louvamos a Deus na alegria. O segundo verso mostra como a fé nos leva a cantar “Aleluia” mesmo quando as coisas estão mais difíceis, enquanto o último verso contempla um coração destroçado pelas tempestades da vida, mas que ainda sussurra: “Aleluia”.
Algumas meninas muito especiais para mim gravaram, sob a liderança da Liége, uma versão desta poesia que está no Youtube.
Talvez seja preciso definir duas palavras usadas no poema:
Elegia: Poema sobre assunto triste ou lutuoso.
Crisol: 1. Recipiente em barro refratário, ferro ou platina utilizado para as reações químicas a altas temperaturas. 2. [Metalurgia] Parte inferior de um alto-forno onde se acumula o metal fundido. 3. Fig., provação.
Se as nuvens tentam me abraçar
E a brisa alegremente assobia,
Eu ouço então meu coração,
Com retumbante entonação
Cantando, agradecido: “Aleluia”!
Se o Sol se esconde com pesar,
Se as nuvens choram sem parar
E o vento entoa a triste elegia,
Eu olho para além do Sol,
Pro resultado do crisol,
E pela fé eu canto: “Aleluia”!
Se o Sol fugiu sem avisar,
Se o vento e nuvens, ao brigar,
Destroem minha paz e alegria;
Ainda em meio a minha dor,
Em prantos, se preciso for,
Meu coração sussurra: “Aleluia”!
© 2013
O jovem cantor Jota A. apresenta uma versão em português. A sua voz é realmente muito bela, mas é uma pena que o autor da letra em português que Jota A canta (não sei quem é) usou de tanta liberdade com a métrica.
Por estas (e outras) razões, apresento abaixo uma letra em Português que pode ser cantada com a melodia original de Leonard Cohen (8.8.11.8.8.11) O primeiro verso fala de como louvamos a Deus na alegria. O segundo verso mostra como a fé nos leva a cantar “Aleluia” mesmo quando as coisas estão mais difíceis, enquanto o último verso contempla um coração destroçado pelas tempestades da vida, mas que ainda sussurra: “Aleluia”.
Algumas meninas muito especiais para mim gravaram, sob a liderança da Liége, uma versão desta poesia que está no Youtube.
Talvez seja preciso definir duas palavras usadas no poema:
Elegia: Poema sobre assunto triste ou lutuoso.
Crisol: 1. Recipiente em barro refratário, ferro ou platina utilizado para as reações químicas a altas temperaturas. 2. [Metalurgia] Parte inferior de um alto-forno onde se acumula o metal fundido. 3. Fig., provação.
Aleluia
Se o Sol sorri ao me acordar,Se as nuvens tentam me abraçar
E a brisa alegremente assobia,
Eu ouço então meu coração,
Com retumbante entonação
Cantando, agradecido: “Aleluia”!
Se o Sol se esconde com pesar,
Se as nuvens choram sem parar
E o vento entoa a triste elegia,
Eu olho para além do Sol,
Pro resultado do crisol,
E pela fé eu canto: “Aleluia”!
Se o Sol fugiu sem avisar,
Se o vento e nuvens, ao brigar,
Destroem minha paz e alegria;
Ainda em meio a minha dor,
Em prantos, se preciso for,
Meu coração sussurra: “Aleluia”!
© 2013
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